Promover a mescla entre astros e máquinas do automobilismo brasileiro e europeu. Este foi o objetivo dos promotores na 13ª edição da "500 Kilometros de Interlagos", corrida disputada no dia 3 de setembro de 1972.
Assim, os grandes destaques de nossas competições como o tricampeão Luís Pereira Bueno com o Porsche 908/2 da Equipe Hollywood, Marivaldo Fernandes com seu Alfa Romeo 33/3, Tite Catapani com um Lola T210, Paulo Gomes com um Ford GT40 e Nilson Clemente com um Avallone/Chrysler, iam formar o grid mesclando suas máquinas com outras que brilhavam no campeonato de Esporte Protótipos do Velho Continente.
Dentre os destaques internacionais surgiam, entre outros, o alemão Reinhold Joest com seu Porsche 908/3, o suíço Herbert Müller com seu Ferrari 512, o italiano Giampiero Moretti, com um Momo/Ferrari e a dupla Teodoro Zeccoli/Giovanni Alberti, também italiana, que inscreveu um Alfa Romeo 33/3.
A participação internacional foi garantida ainda pela inscrição, entre outros carros, dos Berta dos argentinos Angel Monguzzi e Ricardo Nardi, equipados respectivamente com motores da própria Berta, e por um Torino de 3,8 litros.
Na classificatória disputada no sábado, a pole position foi garantida por Reinhold Joest, que à fantástica média de 220,331 quilômetros por hora assegurou a marca de 52s404 que lhe garantiu a largada adiante de Hebert Müller, com 53s328, e de Angel Monguzzi, que com seu Berta LR surpreendeu ao marcar 53s776.
No instante da largada Herbert Müller aproveitou toda a potência de seu Ferrari para assumir a ponta, fechando o primeiro giro adiante de Bueno, Monguzzi e Joest.
Metros depois do complemento do giro inicial, o Berta de Monguzzi teve problemas com o motor, fazendo com que o argentino encabeçasse uma lista de baixas que no terceiro giro passaria a ter o italiano Giampiero Moretti, no 19º o brazuca Paulo Gomes - com problemas na pressão de óleo de seu Ford GT40 - e no 23º o também argentino Saltino, que teve vazamento de óleo em seu McLaren.
Na 40ª volta aconteceu o acidente mais violento do dia, quando o Berta Tornado do portenho Ricardo Nardi teve um pneu estourado na Curva 1, indo bater de frente no guard-rail. O incêndio que se seguiu foi rapidamente controlado pelos bombeiros, que retiraram o piloto do carro com uma fratura exposta no pé direito.
Na metade da corrida, Joest liderava, com Müller em segundo, Bueno em terceiro, Marivaldo Fernandes em quarto e Nilson Clemente em quinto, uma situação que mudaria na 127ª passagem, quando Bueno deixou para trás o Ferrari do suíço Müller.
A quadriculada apontou o alemão Joest como vitorioso, e marcou a segunda vez em que Pereira Bueno subiu ao degrau de número dois do pódio, o que já havia ocorrida na 7ª edição da disputa.
Confira abaixo o resultado final.
1) Reinhold Joest (ALE, Porsche 908/3 - 3000), 156 voltas em 2h25min57s627 (média de 205,655 km/h)
2) Luís Pereira Bueno (SP, Porsche 908/2 - 3000), 155 voltas
3) Herbert Müller (SUI, Ferrari 512S - 5000), 153 voltas
4) Marivaldo Fernandes (SP, Alfa Romeo T33/3 - 3000), 149 voltas
5) Nilson Clemente (SP, Avallone/Ford 5000), 144 voltas
6) Paul Blacpain (SUI, Chevron B19/Ford 2000), 141 voltas
Melhor Volta: Herbert Müller (SUI, Ferrari 512M), 53s02 (média de 217,752 km/h)
Largada: 22 carros |