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Ecclestone nem pensa em aposentadoria |
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Falando recentemente ao jornal britânico ?The Guardian?, o inglês Bernie Ecclestone disse que a aposentadoria nem passa por sua cabeça.
O homem-forte da Fórmula 1, de 72 anos, trabalha atualmente mais que há 30 anos, quando começou a explorar o potencial mercadológico daquela que se transformou na mais milionária categoria do automobilismo em todo o planeta.
?Se eu estivesse trabalhando numa linha de produção, não estaria tão ávido por seguir dedicando meu tempo, mas adoro cada minuto, porque não tenho idéia do que vai acontecer no momento seguinte, e não saber o que vai acontecer é simplesmente maravilhoso?, sintetizou o inglês.
Tendo se tornado o mais rico homem de todo o esporte mundial, Ecclestone disse que a continuidade de seu trabalho nada tem a ver com o lado econômico: "Não estaria trabalhando se não gostasse do que faço. Não preciso disso?, ele admitiu.
Segundo Bernie, a continuidade do trabalho o mantém ativo: ?Se você quer morrer logo, você se retira?, brincou, emendando: "No momento que você deixa de fazer coisas, de pensar e trabalhar, o corpo deixa de responder, especialmente para pessoas que sempre trabalharam sob grande pressão por muito tempo?, completou.
Quem é Ecclestone
Nascido na cidade inglesa de St. Peters, em Suffolk, no dia 28 de outubro de 1930, o dirigente máximo da Fórmula 1 tentou participar de duas provas da categoria com um bólido da equipe Connaught equipado com motor Alta. Porém, a tentativa de ser piloto foi frustrada depois dos GPs de Mônaco e da Grã Bretanha de 1958, dos quais sequer conseguiu participar do grid.
Ao assumir a direção da equipe pela qual tentou correr, em 1958, o baixinho Bernard Charles Ecclestone, de 1m60, pegou gosto pela cartolagem, e começou a vislumbrar a possibilidade de transformar a Fórmula 1 no fenômeno que é atualmente.
O trabalho de campo começou em princípios dos anos 70, quando aos poucos, o ?business? em que o ?circo? poderia se transformar foi começando a ter o seu perfil.
Em 1972 Bernie Ecclestone comprou a equipe Brabham, pela qual o brazuca Nelson Piquet faturou os títulos mundiais de 1981 e 1983.
Junto com a administração do time que vendeu em 1988, Ecclestone exercia com mão-de-ferro a função de presidente da Formel One Constructors Association, a FOCA, que comprou os direitos de transmissão das provas.
Na esteira do crescimento dos negócios, surgiram a Formel One Menagement (FOM), e posteriormente a Formel One Administration (FOA) e a SLEC, empresa responsável pela venda dos direitos de transmissões televisivas da qual Ecclestone repassou 75% das ações para o agora quebrado grupo alemão de comunicações ?Kirsch?.
Mas nem pelo fato de ter repassado as ações à ?Kirsch? - que hoje estão nas mãos dos bancos credores-, o homem que recebeu da Federação Internacional de Automobilismo a autorização para explorar comercialmente o ?circo? por 25 anos perdeu poder, sendo ainda o responsável por todas as decisões estratégicas.
Os boatos sobre a sucessão de Bernie na condução dos rumos da Fórmula 1 após a aposentadoria do inglês dão conta de que o primeiro na linha sucessória seja o dono da McLaren Ron Dennis, que declarou recentemente numa entrevista não ser ele a pessoa mais indicada para o cargo.
Porém, a direção dos negócios da categoria de automobilismo mais badalada do planeta deve continuar por algum tempo nas mãos de Ecclestone, que na mesma entrevista ao jornal britânico disse ?Espero ter a cabeça funcionando perfeitamente até o momento de parar. Quero poder tomar essa decisão sozinho, sem que alguém tenha de me dizer ?é hora de deixar de fazer o que está fazendo?, finalizou o inglês. |
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Jorge Kraucher |
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