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E já se passaram 8 anos |
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Com a velocidade de um Fórmula 1 cortando a reta de um circuito qualquer pelo mundo afora, 8 anos se passaram desde aquele trágico final de semana do Grande Prêmio de San Marino de 1994.
Já nos treinos livres realizados na sexta-feira, ficou claro que aquele seria um final de semana diferente de tantos outros; que a sexta-feira, o sábado e o domingo não seriam marcados apenas pela quebra de recordes, por superações de limites e por pulverização marcas que tornavam, tornam e sempre tornarão a história do "circo" algo fantástico.
O brasileiro Rubens Barrichello voou com seu Jordan equipado com motor Hart contra a tela de proteção, felizmente sofrendo apenas escoriações leves no treino da sexta-feira... Veio o sábado, 30 de abril, quando o austríaco Roland Ratzenberger teve morte instantânea depois que seu Simtek/Ford bateu forte contra o guard rail... Reforçava-se ainda mais a certeza de que algo havia de errado com aquele final de semana...
Terminado o sábado, o também brasileiro Ayrton Senna da Silva, que conduzia um Williams FW16 empurrado por um propulsor Renault 3.5 V10, comemorou a conquista da 65ª pole position de sua carreira na Fórmula 1, uma história que havia começado a ser escrita 161 corridas antes, mais precisamente no GP do Brasil de 1984, a bordo de um Toleman/Hart.
Antes do início da disputa do domingo, Senna apoiou suas mãos sobre o aerofólio traseiro de seu carro, permanecendo ali, quieto, por muito tempo... Seu olhar estava voltado para o nada, assim como também pareciam estar seus pensamentos...
E surgiu a luz verde para a prova, quando, mantendo uma escrita, o brasileiro Senna conseguiu manter-se à frente dos demais pilotos...
Os rumos desta história poderiam ter sido iguais aos de 41 dos 160 GPs que Ayrton disputara anteriormente, com a conquista de mais um topo de pódio. Poderiam, não fosse sua hora... Na Curva Tamburello algo até hoje inexplicado exceto pelo rótulo de "fatalidade" fez com que o Williams F16 do brasileiro saísse reto, literalmente se espatifando contra o muro...
A morte interrompeu de vez a carreira do piloto que havia nascido no dia 21 de março de 1960, que conquistara sua primeira vitória a bordo de um Lotus/Renault no chuvoso GP de Portugal de 1985...
Hoje, neste 1º de maio, não existe mais o capacete que o brasileiro usou naquele fatídico GP de San Marino de 1994, que assim como o carro que pilotava foi destruído...
Tanto a última proteção que Senna usou para a cabeça quanto o carro que pilotou em sua última participação no "circo" foram retidos pela Justiça italiana até o início deste 2002... Os investigadores tentaram, obviamente sem o mínimo sucesso, achar explicações para a inconteste verdade de que quando chega a hora de alguém, não há o que fazer...
Oito anos se passaram... O carro, o capacete e o próprio piloto infelizmente não mais existem, mas existe sempre viva a história de um homem que cravou seu nome de forma definitiva na história da Fórmula 1... Ayrton Senna da Silva jamais sairá das mentes de todos aqueles que mesmo que não gostassem de corridas admiravam um esportista vencedor... |
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Jorge Kraucher |
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