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Mais um dia de frustração na BAR |
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A British American Racing viveu mais um dia frustrante na quinta-feira, quando colocou à disposição de seus pilotos dois modelos 004 e um do ano passado, o BAR003.
Pela manhã, um problema no motor Honda limitou a 3 o número de passagens completadas por Olivier Panis; na parte da tarde, o piloto francês conseguiu fechar 29 passagens, mas não foi além do tempo de 1min15s135, o suficiente para deixa-lo apenas com a 9ª marca do dia.
"De novo, os testes foram muito frustrantes", desabafou Olivier. "nos últimos dias temos tido uma série de problemas, os quais reduziram a possibilidade de que eu pudesse explorar todo o potencial do carro. Porém, nós estamos trabalhando bastante duro, e espero ter um pouco mais de sorte nos próximos dias, visando completar a maior quantidade possível de milhas, e fazer todos os acertos no carro", disse o francês.
O primeiro piloto da equipe, Jacques Villeneuve, terminou a quinta-feira com o 6º tempo, e não tinha muitas queixas ao final do dia no qual fechou 56 passagens, todas a bordo dos carros BAR004 que serão usados nesta temporada. Nos dois bólidos o canadense deu ênfase aos acertos das suspensões e nos trabalhos com o diferencial, realizando também testes com os pneus Bridgestone. "Somos ligeiramente mais competitivos neste treino", falou Villeneuve, que emendou: "o trabalho com os chassis foi bom, mas na parte da tarde tivemos diversas bandeiras vermelhas, o que impediu que pudéssemos cumprir todo o cronograma. Também alguns problemas mecânicos e com o motor limitaram o número de voltas completadas", admitiu.
O modelo 003 foi conduzido pelo britânico Anthony Davidson, que fechou 37 passagens, focando o trabalho nos testes com amortecedores. "Consegui algumas boas voltas hoje, mas não pudemos completar tantas passagens quantas gostaríamos. Amanhã, esperamos completar mais voltas", ele disse.
Mais uma temporada fraca?
Os problemas vividos pela BAR nos treinos em Valência podem ser o prenúncio de mais uma temporada fraca para um time que surgiu cercado de expectativas na temporada de 1999, quando a dupla de "drivers" anunciada foi formada pelo campeão mundial da F-1 1997, Jacques Villeneuve, e pelo brazuca Ricardo Zonta, que desembarcou no time na temporada seguinte à conquista do título de campeão do certame de FIA GT.
Com máquinas empurradas pelo fraco motor Supertech, as frustrações vieram junto com a estréia. Primeiro, Zonta espatifou seu BAR001 contra a proteção de pneus da "Curva do Laranjinha" em Interlagos, ficando fora de ação por algum tempo. Depois, com Villeneuve e com o finlandês Mika Salo como pilotos, os carros tiveram problemas como vazamentos de óleo, quebras de câmbio e de comandos hidráulicos.
Zonta retornou à ativa no Canadá, depois de 9 corridas de "descanso". Voltou para um time que até o final da temporada viveu novos problemas de motor e teve outros tantos câmbios quebrados, terminando o certame de construtores sem a marcação de um pontinho sequer.
No certame de 2000, repetindo a dupla de pilotos, a expectativa foi renovada, já que os modelos BAR002 marcaram a entrada da Honda como fornecedora de motores para o time.
O ano até que não começou mal: Villeneuve e Zonta marcaram pontos já na prova de abertura do campeonato, em Merlbourne, na Austrália, onde conquistaram respectivamente a 4ª e 6ª posições. Daí para a frente, Zonta esteve na zona de pontuação em apenas duas outras ocasiões, arrebatando 2 pontos ao terminar na 6ª posição as corridas na Itália e nos Estados Unidos.
Villeneuve pontuou novamente nos GPs de San Marino, da França, da Áustria, dos EUA, do Japão e da Malásia, fazendo com que o time terminasse o "ano 2" de sua participação no campeonato da mais badalada categoria do planeta na 5ª posição.
O francês Olivier Panis preencheu a vaga de Zonta a partir do início do campeonato do ano passado. Coube ao ex "Test driver" da McLaren marcar o primeiro ponto para a BAR na temporada 2001, ao concluir na 4ª posição o GP do Brasil. O representante da Terra da Torre Eiffel só marcou pontos mais uma vez, na Áustria, onde foi o 5º. Já Villeneuve demorou até a 10ª corrida para desencantar, o que aconteceu na Espanha, onde foi o 3º. Depois, Jacques voltou a estar entre os "top six" nas corridas em Mônaco (onde foi o 4º), na Alemanha (3º), e na Itália, quando fechou a prova na 6ª posição.
A bordo dos BAR003, o canadense e o francês marcaram 17 pontos, o suficiente apenas para a conquista do 6º lugar no Mundial de Construtores.
Como será a temporada 2002 quando os pilotos vão usar os BAR004, de novo propulsionado pelas unidades da Honda?. Só o tempo trará a resposta... |
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Jorge Kraucher |
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