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Ecclestone fala sobre categoria concorrente da F-1 |
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O todo-poderoso Bernie Ecclestone, chefão da Fórmula 1, disse numa entrevista ao jornal The Sunday Times , que a possibilidade da criação de uma categoria paralela ao "circo" pela ACEA - a Associação Européia de Fabricantes de Veículos, integrada pela BMW, Daimler-Chrysler, Fiat, Renault e Ford - está provocando uma incredulidade quanto aos rumos comerciais da Fórmula 1, fato que pode afastar patrocinadores importantes.
"Os patrocinadores não estão contentes, e querem reconsiderar suas posições", advertiu Ecclestone, que frisou: "Eu lhes pedi que esperem para ver o que acontece. Eles se comprometeram porquê confiam na estabilidade da F1, e sabem que as coisas estão sendo feitas adequadamente. Se estas empresas se forem, será muito difícil que regressem", alertou.
O primeiro passo da ACEA em direção à criação de uma categoria paralela à Fórmula 1 foi dado na semana passada, quando foi criada uma empresa para gerir os interesses da nova categoria, batizada "GPWC", com sede na Holanda.
Também aconteceu uma reunião em Genebra, onde as equipes do "circo" foram oficialmente convidadas a se integrarem à categoria que deve ser efetivada em 2008, um ano após o término do chamado "Acordo da Concórdia", o pacto firmado entre todos os times da Fórmula 1.
A cúpula da ACEA, que inclui o chefe da FIA Paolo Cantarella, que presidirá a GPWC, não se posicionou quanto a participação comercial do Grupo Kirch, empresa do setor de telecomunicações que atualmente possui 75% das ações da SLEC, a empresa criada por Ecclestone para gerir os contratos de televisamento das corridas do "circo".
O temor dos dirigentes da ACEA é de que o Kirch Group decida fazer com que as transmissões das provas se dêem exclusivamente pelo sistema ´pay-per-view´, e que passe a submeter às equipes do novo certame às mesmas regras injustas de participação no bolo financeiro das transmissões que vem aplicando aos times do "circo".
Bernie Ecclestone, que mantém em seu poder 25% das ações da SLEC, e que em momento algum escondeu ser contrário a criação de uma categoria paralela à Fórmula 1, disse: "O que a ACEA está propondo em termos de estrutura para que as equipes disputem o certame da GPWC ficará ofuscado, já que os valores são bastante inferiores aos que os times recebem atualmente", ele espetou, dizendo acreditar que dificilmente Paolo Cantarella homologará os detalhes dos contratos.
Ainda falando sobre o provável novo certame, Ecclestone disse: "O que muitos não estão se dando conta, é que 50% do que nós pagamos hoje é muito mais que 100% do que eles conseguiriam pagar no caso da implantação de um certame próprio", falou, frisando que "eles gastaram dois anos para criar uma companhia para gerir os negócios, que tem base em muitas conjecturas incorretas. Eles não querem ganhar um torneio olímpico, querem ganhar as Olimpíadas...", provocou. |
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Jorge Kraucher |
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