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Sonho de criança |
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Jornalista conta sensação de estar num carro da Stock Car a mais de 200 km/h em Interlagos
Ao vestir a balaclava eu já senti aquele friozinho na barriga. Quando coloquei o capacete, percebi que não tinha mais volta. E eu não queria voltar mesmo. Estava a poucos segundos de entrar num carro de corrida pela primeira vez.
A realização de um sonho. Graças a um convite da Goodyear, pude sentir no último domingo (06/12) toda a sensação de andar num carro da Stock Car a mais de 200 km/h. Um sonho que guardo comigo desde pequeno, quando vibrava com as vitórias mágicas de Ayrton Senna.
Ao meu lado, comandando o carro azul e amarelo com mais de 400 cavalos de potência estava Carlão Alves, piloto de Stock das antigas, que foi protagonista da categoria antes dessa nova geração dominar as pistas.
E não poderia ser melhor. Em Interlagos, o principal circuito do país. Aquele que eu mais gosto. Aquele que no vídeo-game – onde posso acelerar sem gastos e limites - conheço cada pedacinho, cada ponto de freada, cada manha do traçado.
Sempre imaginei como seria essa sensação. De presenciar, sentir na pele como é estar em altíssima velocidade no templo do nosso esporte a motor. Apesar de ser bem diferente do mundo virtual, eu não me decepcionei. Nem um pouco.
Na hora eu pedi para meu motorista de luxo: “Não alivia Carlão, acelera tudo mesmo”. Não sei se fui atendido, afinal de contas nunca havia andado antes num carro de corrida, mas que o bicho andou rápido, não tenho dúvida.
A velocidade é muito grande. A freada é muito intensa. Na entrada do S do Senna, o carro começa a desacelerar quase em cima da curva. E entra forte, com tudo. Ainda bem que existe cinto de segurança e que ele é forte!
A sensação é de que o carro não vai fazer a curva. Está muito rápido, a virada é muito brusca. Mas o carro contorna sem problemas, no traçado perfeito, e aponta forte para reacelerar.
Eu já havia andado a uns 170 km/h em estrada. Se aquilo foi bom, nem sei qual palavra usar para descrever como foi domingo. Incomparável, com certeza. Euforia e vibração em cada curva, cada freada, cada troca de marcha.
Quando terminou, a sensação era maravilhosa. Mas não queria sair do carro. Aquela vontade de quero mais e mais. A certeza de que parte do sonho de criança foi cumprido.
Só faltou mesmo sentar no lado esquerdo do cockpit e eu mesmo acelerar aquele carrão. Mas para um domingo só já é querer demais. Quem sabe um outro dia...
* Por Felipe Mazorca
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João A. T. Otazu |
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