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CBA fará representação junto ao COI |
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O presidente da Confederação Brasileira de Automobilismo, Paulo Scaglione, está finalizando os preparativos da representação que fará junto ao Comitê Olímpico Internacional (COI), com cópias para a Presidência da República, Comitê Olímpico Brasileiro, Ministro dos Esportes e vereadores do Rio de Janeiro.
O trabalho está sendo elaborado em paralelo à manifestação de estranheza de Scaglione em relação ao fato da Juíza Titular da 6ª Vara da Fazenda Pública do Rio de Janeiro, Jacqueline Montenegro, não ter se manifestado ainda sobre o pedido de Execução de Sentença, impetrado em 20 de abril pelo Dr. Felippe Zeraik em nome da CBA.
A representação tem o objetivo de questionar o COI sobre os critérios utilizados pelo órgão na escolha das sedes dos Jogos Pan-americanos e Olimpíadas. Em razão da incapacidade demonstrada pela Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro em equacionar as questões relativas ao Pan 2007, a CBA quer saber se a definição das cidades-sedes leva em conta a viabilização financeira, um estudo real de custo-benefício e também a verdadeira intenção político-partidária e/ou pessoal de seu representante.
?Se há um organismo que tem estatura moral para responder a esse questionamento é o COI. Torço realmente para que o Comitê Olímpico Internacional possa responder a contento tal representação pois, se não o fizer, poderemos chegar à triste conclusão de que os desmandos verificados no Rio de Janeiro não são fatos isolados, mas um ?câncer? que pode estar grassando no esporte olímpico mundial. Então, espero realmente que esse quadro de vaidade pessoal, malversação do dinheiro público e desrespeito total para com o cidadão se confirme como isolado e não universal?, disse Scaglione, que admitiu não entender como, em nome do esporte olímpico, seja possível ?a prática de tantas barbáries numa cidade onde comprovadamente deixa-se de investir em educação, saúde pública, infra-estrutura básica e segurança?.
O presidente da CBA lembrou que para os aproximadamente 15 dias de duração do evento, estão sendo investidos recursos e executadas ações que já estão gerando tantos danos, alguns dos quais podendo ser classificados como irreversíveis e de duração incalculável.
?Seria interessante que o COI e o COB se espelhassem nas ações sociais praticadas pelo automobilismo nacional e internacional. Teríamos, sem sombra de dúvidas, um resultado efetivamente mais sólido e superior?, finalizou Scaglione, que fez questão de destacar o trabalho desenvolvido por defensores voluntários do automobilismo nacional e do cidadão carioca.
Desapontado
Scaglione manifestou desapontamento com a atuação da Justiça, mas, ao mesmo tempo, reafirmou o firme propósito de trilhar as vias legais e confiar no Judiciário brasileiro. ?É claro que eu gostaria que a Dra. Juíza Jacqueline Montenegro já tivesse se manifestado a respeito do nosso pedido de Execução de Sentença. É angustiante esperar uma decisão como essa, sabendo que estão em curso as atividades no interior do autódromo e em pleno exercício do desrespeito ao acordo judicial. Mas a CBA não vai engrossar o discurso contra o Judiciário, e nem agir à margem da Lei. Confio plenamente na Justiça, e tenho certeza de que em breve teremos uma posição?.
Apesar desse posicionamento explícito em relação a Justiça, a Confederação estuda as alternativas jurídicas cabíveis para caso a espera se torne insustentável. |
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Jorge Kraucher |
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