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Carros de Corrida do Brasil ? 1 - Simca Abarth
Quinta-feira, 14 de Abril de 2005
 
Nos anos de 1963 e 1964, o automobilismo brasileiro foi amplamente dominado pelos Willys Interlagos, que começaram a ter seu potencial ameaçado com a chegada de carros importados como o Porsche Carrera 2 de Marivaldo Fernandes, o Alfa Romeo Giulia TIS de Piero Gancia e o Fiat Abarth de Eugênio Martins e Paulo Goulart.

Foi em função da ameaça do poderio de sua esquadra que a Willys iniciou no primeiro semestre de 1964 o processo de importação de três Alpine A-110 equipados com motor Renault R-8 de 1100 cm³.

Já a Simca, em flagrante inferioridade com seus ?pesadões? carros de Turismo, decidiu reagir, e, por sugestão de Ciro Cayres, o Chefe do Departamento de Competições da montadora George Perrot convenceu o Presidente Jacques Pasteur a formar uma equipe competitiva, objetivo rumo ao qual o primeiro passo foi dado com a construção de um protótipo com mecânica Simca nacional e chassi Maserati, o que aconteceu em paralelo à importação de três unidades Abarth.

As máquinas recém-importadas eram carros fantásticos para a época, equipados com motores de quatro cilindros com duplo comando e dupla ignição, 2000 cm³ e 192 hp. (vide ficha técnica).

A estréia dos Abarth aconteceu na 3 Horas de Velocidade disputada em Interlagos no dia 30 de agosto de 1964, quando Ciro Cayres usou uma unidade com câmbio de 6, enquanto Jayme Silva tinha um com câmbio de 4 marchas em seu carro.

Na prova onde o que se viu foi um verdadeiro passeio das máquinas vermelhas da Simca, Ciro manteve a liderança até restarem 10 minutos para o final, quando teve de parar em função de problemas com as luzes traseiras, algo que lhe custou três minutos, e permitiu que Jayme assumisse a liderança.

Porém, na última volta, Jayme Silva praticamente parou o seu carro no Retão, esperando o companheiro para que os Abarth cruzassem a linha de chegada praticamente juntos, com ligeira vantagem para Jayme.

A segunda participação, e o segundo triunfo de um Abarth aconteceria uma semana mais tarde, na 500 Km de Interlagos, quando o carro pilotado por Fernando ?Toco? Martins e Ciro Cayres cruzou a linha de chegada com três voltas de vantagem sobre o segundo colocado Luís Pereira Bueno na disputa em que a outra unidade do Abarth, pilotada por Jayme Silva ? a quem coube o carro de seis marchas-, ficou pelo caminho em função da quebra da homocinética, um problema que perseguiria os carros da Simca em suas participações nas nossas corridas.

No final de novembro de 1964, os Abarth dominaram a primeira edição da 6 Horas de Brasília, disputa que foi marcada pela estréia de Chico Landi, o chefe de equipe que ?fabricou? a vitória do protótipo Simca TGT.

Jayme Silva chegou a parar o seu Abarth no meio do circuito durante a disputa, comprar e saborear um picolé enquanto aguardava ser ultrapassado pelo protótipo, o vencedor da prova onde os modelos Simca ?tradicionais? ficaram com a segunda e terceira posições.

O domínio dos Abarth foi total, com o alcance de nove vitórias em doze participações em corridas, sendo que duas das derrotas foram arquitetadas pelo Chefe de Equipe Landi, o que permitiu que o protótipo TGT concluísse na frente a 6 Horas de Brasília e a 500 Km da Guanabara.

A única derrota real dos Abarth aconteceu no GP IV Centenário do Rio de Janeiro disputado em 19 de setembro de 1965 no circuito da Barra da Tijuca, onde Jayme Silva até faltarem quatro voltas para a bandeirada, momento no qual o Abarth perdeu a roda dianteira direita, abrindo caminho para a vitória de Camillo Christófaro a bordo de um Ferrari 250GTO Drogo.

Ainda em 65, o quarto colocado da corrida carioca apesar do abandono Jayme Silva registrou a fantástica média de 154,800 km/h no GP Rodovia do Café, prova que foi disputada num trajeto de mais de 700 quilômetros na estrada que liga Curitiba a Apucarana, no Paraná.

Trazidos ao país por importação temporária, os Abarth acabaram tendo de retornar à França no final de 65, já que no processo de passagem acionária da Simca para a Chrysler, não houve interesse em regularizar a permanência dos carros no Brasil.

Durante algum tempo, os Abarth ficaram abandonados num porto europeu, até serem vendidos num leilão.
 
Napoleão A. Ribeiro
 
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