Veja abaixo, na tradução de Ivo Sznelwar, a íntegra do texto sobre as mudanças no regulamento da Fórmula 1 a partir de 2005.
Em 30 de junho de 2004 o Conselho Mundial de Esporte a Motor votou por unanimidade utilizar o artigo 7.5 do Acordo de Concorde e notificar o Grupo Técnico de Trabalho da Fórmula Um (TWG) que propusesse medidas para reduzir o desempenho dos carros no prazo de dois meses. A notificação foi feita em 6 de julho de 2004.
Quando o TWG deixou de entregar as propostas até 6 de setembro de 2004, o Departamento Técnico da FIA propôs três pacotes de medidas ao TWG, de acordo com o artigo 7.5(c).
Em resumo, todos os três pacotes envolviam mudanças na carenagem para reduzir o ?downforce?, novas regras de pneus, com compostos ?mais duros?, e redução da capacidade volumétrica dos motores de 3,0 para 2,4 litros com oito cilindros.
Dos três pacotes, o Pacote 1 dava a maior liberdade na aerodinâmica, porém impunha máxima restrição aos motores; O Pacote 2 dava menos liberdade aerodinâmica, porém as restrições aos motores eram ligeiramente menores; e Pacote 3 impunha mais restrições aerodinâmicas mas dava a mesma liberdade técnica ao motor V8 de 2,4 litros que as dos atuais V10 de 3 litros.
Todas as equipes estavam preparadas para concordar com as mudanças de carenagem e regras de pneus contidas no Pacote 2. No entanto as opiniões em relação aos motores eram diferentes. A mais perto que se conseguiu chegar, com de 8 dentre 10 votos necessários, foi na reunião de 6 de setembro de 2004, quando o TWG escolheu por 7 a 3 votos o regulamento de motores do Pacote 2.
O TWG reuniu-se mais recentemente em 15 de outubro de 2004, mas ainda não foi possível obter-se votação de 8 a 2 a favor de qualquer um dos três pacotes dentro dos 45 dias especificados pelo Artigo 7.5. O Conselho Mundial do Esporte a Motor (WMSC) estava desta maneira livre para impor suas próprias medidas a partir de 21 de outubro de 2004, de forma a serem obrigatórias no prazo de três meses após a sua publicação.
Em 21 de Outubro de 2004 o WMSC decidiu impor o Pacote 2 e as partes deste que se aplicam a 2005 tem validade a partir de 1º de março de 2005 e as demais a partir de 1º de janeiro de 2006.
O Pacote 2 consiste das seguintes medidas.
2005 (válidas a partir de 1º de Março de 2005).
Carenagem
Alterações na carenagem (aerodinâmica) para levantar a asa dianteira, trazer a asa traseira mais para frente, reduzir a altura do difusor e reduzir a carenagem na frente das rodas traseiras.
Motivo: estima-se que estas alterações resultarão em uma perda de 20% ou mais do ?downforce?, com redução mínima do arrasto.
Pneus
Um jogo de pneus deve completar a classificação e a corrida.
Motivo: pneus mais duros reduzirão a velocidade nas curvas.
Motores
Cada motor deverá durar dois eventos completos.
Motivo: um motor de duas corridas gerará menos potência que um motor de uma corrida.
2006 (com validade a partir de 1º de janeiro de 2006)
A introdução de um motor V8 de 2,4 litros juntamente com um número de outras restrições relativas ao projeto e materiais permitidos.
Motivo: redução da capacidade é uma maneira concreta de diminuir a potência (como requisitado repetidas vezes pelo TWG), enquanto que restrições técnicas limitaram a velocidade de aumento da potência. Estima-se que a potência cairá para aproximadamente 700 bhp comparado com os 1000 bhp que os motores existentes devem alcançar até 2006.
De modo a não prejudicar as equipes menores independentes os motores V10 de 3,0 litros existentes poderão continuar a serem usados em 2006 e 2007, sujeitos a restrições de rotações que serão determinadas pela FIA
Motivo: Tendo reduzido a potência dos motores, necessitamos de um motor mais barato porém competitivo para as equipes menores independentes, incluindo as recém-chegadas. Um motor de 3 litros com rotação limitada pode ser ajustado para ser competitivo com as unidades de fábrica de 2,4 litros, porém custarão muito menos.
O texto completo do regulamento técnico de motores 2006 está disponível mediante requisição. Estas regras impõe restrições ao desenvolvimento dos motores comparáveis àquelas atualmente aplicáveis ao chassis da Fórmula Um. Tais restrições não restringiram de maneira alguma o desenvolvimento técnico dos chassis, mas elas preveniram aumentos incontroláveis no desempenho. De maneira similar as restrições ao motor propostas irão diminuir de modo significativo a taxa de crescimento da potência do motor. As liberdades atuais resultaram em motores aproximando-se dos 1000 bhp comparados com os 650 bhp prometidos quando a capacidade dos motores foi reduzida de 3,5 para 3,0 litros em 1994/5 após as fatalidades de Imola.
22 de outubro de 2004. |