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?A melhor fase foi o tempo todo?, disse Divila |
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Ricardo Divila, um brasileiro que a exemplo do que aconteceu no ano passado vem obtendo sucesso com o trabalho que desenvolve na equipe Nissan no Campeonato Japonês de Protótipos ? do qual a marca já conquistou o título de construtores, e está bem próxima de ter um seu representante como melhor piloto do ano -, conversou com o Speed On Line em sua passagem por nosso país, onde deixou de morar ainda no ano de 1969.
Responsável pelos projetos de todos os carros que fizeram a história da equipe com o qual Wilsinho e Emerson Fittipaldi se lançaram na aventura de um time verde e amarelo no ?circo?, Divila contou que de todo o tempo que trabalhou com os Fittipaldi ? para quem criou, entre outros modelos o ?Fittiporsche?, não houve uma fase que se destacasse como a melhor, mas respondeu sem hesitar que ?a pior fase foram os três últimos anos da equipe, onde já não havia mais dinheiro, e com isso, não existia a menor chance de evoluir?, falou.
Comentando a atual fase da Fórmula 1, Divila disse acreditar que dificilmente alguma outra equipe conseguirá atingir a médio prazo o estágio ao qual a Ferrari chegou, destacando que ?eles conseguiram montar uma estrutura excelente, onde todos trabalham integrados, além de terem atingido a perfeição tanto em termos de chassis quanto de motores, e contarem com dois ótimos pilotos?.
Ricardo ressaltou que apesar da melhora que apresentou na segunda metade da temporada, a equipe McLaren ainda está longe de atingir a perfeição, e opinou dizendo que dificilmente a Renault conseguirá um progresso rápido, ?já que tem muita coisa acontecendo nos bastidores?, disse.
O engenheiro brasileiro de 59 anos que apesar dos muitos anos residindo especialmente na Europa não apresenta nenhum sotaque, descartou a possibilidade de que os resultados fracos conquistados pela Williams neste ano tenham tido algo a ver com o fato do time ter contado com dois pilotos que correram praticamente toda a temporada com as malas prontas: Juan Pablo Montoya de partida para a McLaren, e Ralf Schumacher a caminho da Toyota.
?O que houve com a Williams foi mesmo um projeto errado, pois os chassis e a parte aerodinâmica apresentaram muitos problemas?, opinou Divila, ressaltando que a troca do bico que foi originalmente concebido para o modelo FW26 pelo ´convencional? a partir do GP da Hungria, disputado em 15 de agosto aconteceu ´na base do desespero´. ?Quando as coisas não estão dando certo, você vai fazendo mudanças para tentar reverter a situação?, concluiu.
Ricardo Divila inicia nesta sexta-feira uma verdadeira maratona aérea, onde após passar por três diferentes aeroportos da Europa, tendo de aguardar as conexões, enfim embarcará num vôo rumo ao Japão, onde chegará apenas na segunda-feira. |
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Jorge Kraucher |
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