|
Sonho de Fórmula 1: Dallara e Lola salvaram-se; Reynard faliu |
|
O sonho de fazer sucesso na Fórmula 1 já levou a falência algumas construtoras de chassis que sempre se saíram bem em categorias como Fórmula 3, Fórmula 3000 e até mesmo produzindo protótipos. A própria Dallara, que agora volta a ter interesse na principal categoria do automobilismo mundial passou por dificuldades no período em que esteve junto com a Scuderia Italia entre 1988 e 1992.
?Decidimos não investir muito dinheiro na Fórmula 1. Eu dei a eles todo o suporte técnico, pessoal e intelectual. Posso dizer que usamos apenas 30% de nossas capacidades e mesmo assim foi uma situação difícil de controlar?, lembra-se Giampaolo Dallara, fundador da empresa que hoje atua com sucesso na Fórmula Indy, Fórmula 3 e World Series By Nissan.
Em 1999, a empresa voltou a tentar estrear na Fórmula 1 onde construiu, a pedido da Honda, um monoposto completamente novo. O projeto não foi a frente devido a morte do projetista Harvey Postlethwaite e a montadora japonesa decidiu retornar à categoria apenas como fornecedora de motores.
Quem quase sucumbiu nessa idéia foi a Lola, que em 1997 investiu todo seu potencial num carro que sequer conseguiu classificar-se para a primeira corrida daquela temporada, com os pilotos Vicenzo Sospiri e Ricardo Rosset. O resultado foi tão ruim que a principal patrocinador, a Mastercard, pulou do barco antes que ele afundasse.
As dívidas foram tantas e o retorno tão pouco que o fundador da companhia Eric Broadley foi forçado a vende-la para o irlandês Martin Birrane, que fez uma reformulação completa em toda sua estrutura e recolocou a Lola no caminho de vitórias e conquistas.
Melhor sorte não teve a Reynard, cujo fundador ? Adrian Reynard ? sempre quis fazer sucesso na Fórmula 1. A empresa chegou a participar do projeto do Benetton B192 (onde inclusive vendeu sua fábrica em Enstone para a equipe) e do carro usado pela Pacific em 1994. Já nessa tentativa, quase foi a falência mas foram salvos pelo sucesso na Fórmula 3000 e Fórmula CART, onde apareceu muito bem.
Ainda sem abandonar o sonho, Adrian Reynard associou-se a British American Racing, onde tinha 15% das ações da equipe. Com um carro ruim, a empresa nunca mais conseguiu se estabelecer de mais um prejuízo e acabou fechando as portas em 2002, sendo forçada a vender seu espólio para Derrick Walker e Don Panoz.
Resta saber se a Dallara conseguirá sair ilesa dessa nova tentativa de fazer um carro de sucesso na principal categoria do automobilismo mundial. |
 |
Luiz Rodrigues |
|