Assim que assumiu a Presidência do Automóvel Clube Paulista, o italiano de nascimento e brasileiro de coração Emílio Zambello tinha um objetivo bem definido: resgatar para o automobilismo nacional a ?500 Kilometros de Interlagos?, corrida que o Clube já havia promovido em 16 ocasiões, a primeira em 1957, e a última até então em 1982.
?Era um desafio, já que ao contrário das décadas anteriores, não haviam grandes patrocinadores, como por exemplo a Acumuladores Satúrnia, e a Bardahl?, lembrou Zambello. ?Mas apesar disso ? ele prosseguiu -, começamos a trabalhar, e a prova pode acontecer de novo em 1997?, recordou.
Ainda por conta da falta de grandes patrocinadores, Zambello lembrou das dificuldades que existem para realizar as provas, mas ressalta que o desafio e a vontade de fazer são maiores que a falta de dinheiro: ?Nós gostamos muito do que fazemos, e por isso, vamos fazer mais e mais edições?, ele garante.
O começo, quase por acaso
Tendo alcançado a vitória da prova da qual anos mais tarde se tornaria promotor, Emílio Zambello contou que sua estréia nas pistas aconteceu quase por acaso: ?Eu tinha uma oficina mecânica, e de tanto ir a Interlagos testar os carros dos clientes, acabei me interessando, e eu próprio comecei a correr?, ele recorda.
O ex proprietário de oficina mecânica guarda em casa o troféu da quarta edição da 500 Kilometros, que conquistou em 1961 dividindo a pilotagem de um Maserati 450S com Celso Lara Barberis.
?Aquela corrida foi muito especial, e acabamos conseguindo três voltas de vantagem sobre o Arnaldo Góis Filho. Correr naquele tempo era muito diferente, já que praticamente não existia segurança, tanto que cavalos atravessavam a reta do autódromo. Quando você vinha no começo da reta, tinha de calcular direito por onde ia passar para não atropelar o cavalo. Imagina o que ia acontecer se atropelasse um deles. Aconteceram alguns acidentes desse tipo por lá?, finalizou. |