|
Chefão do ?circo? falou com a imprensa australiana |
|
Bernard Charlie Ecclestone é o nome de nascimento deste inglês de baixa estatura nascido na cidade de Ipswich que completará seu 74º ano de vida no próximo dia 28 de outubro.
Sua carreira como piloto não teve nenhum feito a merecer grande destaque na história da Fórmula 1, ao contrário do que por justiça tem de ser dito a respeito do que ele fez dentro do próprio ?circo?, que tirou da condição de apenas mais uma categoria de automobilismo para alçá-lo ao patamar de mais badalada categoria de esportes motorizados sobre quatro rodas praticada no planeta.
Pois foi este homem, avesso a entrevistas, que no mundo da Fórmula 1 passou a ser conhecido como Bernie Ecclestone que conversou com os jornalistas australianos nesta quarta-feira, falando de tudo um pouco ao telefone.
Os principais tópicos da entrevista de Ecclestone você confere abaixo.
Os pilotos
Indagado se o surgimento de um novo campeão no ?circo? pode ter papel fundamental ?para o bem do esporte?, Bernie Ecclestone respondeu: ?Eu não acho que necessariamente o surgimento de um novo campeão seja o ideal para o esporte. O (Michael) Schumacher tem feito um trabalho muito bom. É bom ter um ´Superstar´, já que como em qualquer esporte as pessoas os procuram. Hoje quando se fala em Michael Schumacher as pessoas lembram da Fórmula 1?, opinou.
Ecclestone disse ainda acreditar que a decisão do título deste ano será muito apertada, frisando que apostaria suas fichas na possibilidade de que o caneco possa parar nas mãos do finlandês Kimi Raikkonen (da McLaren).
As intenções da Ford com a Jaguar
Indagado a respeito dos investimentos que a Ford tem feito na equipe Jaguar, Ecclestone foi bastante direto na resposta. Segundo o dirigente a Ford tem de decidir logo se vai investir de fato para tornar os carros da equipe Jaguar competitivos e capazes de andarem entre os dos times de ponta, ou se está satisfeita em ter seus bólidos andando em meio aos de times pequenos e particulares.
A saída dos times da Europa
Perguntado pelo jornalista a respeito da possibilidade de saída das equipes da Europa em razão das novas leis que estão vigorando, Bernie Ecclestone disse ter certeza que Eddie Jordan está considerando a possibilidade de tirar a sede de seu time de Silverstone.
O dirigente porém disse achar bastante remotas as possibilidades de que times como McLaren e Williams deixem suas atuais sedes, já que muito dinheiro foi investido para que fossem erguidas.
Bernie frisou ainda que as leis que garantem a prisão em todo o Continente Europeu são sérias, e que apesar de não terem sido criadas especificamente para o esporte a motor acabam por atingi-lo.
Rumo perdido
Convidado a falar sobre as Fórmulas CART e Indy, Bernie Ecclestone disse que acabaram perdendo o rumo. ?Eles perderam o rumo há alguns anos atrás. A CART era uma boa categoria doméstica quando tinha um único chassis e um único motor, e apenas pilotos americanos. Porém eles quiseram ganhar o mundo, e receberam diversos pilotos do Brasil, o que acabou fazendo com que realizassem um campeonato Brasileiro na América do Norte, o que os colocou numa posição bem complicada enquanto a IRL se desenvolvia.
Segundo Bernie Ecclestone, ele nunca pode fazer nada pela CART, e não teria comprado a categoria por jamais ter pensado em morar nos Estados Unidos. O dirigente do ?circo? concluiu afirmando que talvez com a nova união entre a CART e a IRL as coisas voltassem a funcionar direito.
Ainda sem um sucessor
Perguntado sobre o fato de já estar pensando em um nome para assumir o posto que ocupa atualmente no comando do ?circo?, Bernie Ecclestone disse que por ora não tem em mente ninguém para sucedê-lo.
Admitindo que ?enquanto estiver aqui será difícil ter a meu lado alguém de importância?, o inglês falou ?Alguém vai me substituir imediatamente no dia em que eu não estiver mais aqui. Mas escolher alguém hoje é muito difícil. Alguém terá de crescer dentro deste ambiente, e aprender o que eu levei alguns anos para fazer direito. Nós estamos atrás de um novo vendedor de carros usados!", concluiu o dirigente, que ainda fez um alerta sobre a necessidade de conter os custos da Fórmula 1: ?"Precisamos reduzir os custos drasticamente para a própria sobrevivência da F1. Se não fizermos isso aqueles que estão no topo, hoje gastando muito dinheiro, podem um dia dizer: olha aqui, gastamos o bastante e estamos indo embora?, encerrou, referindo-se às montadoras. |
 |
Jorge Kraucher |
|