Jaime Silva, hoje um dos preparadores de maior renome do automobilismo nacional, venceu 8ª edição da "500 Kilometros de Interlagos", prova que além do retorno ao anel da pista paulistana foi marcada pela volta dos monopostos, que, somados aos modelos de carros Esporte, Protótipos e GTs, formaram um magro grid de 16 veículos.
Se o traçado e as máquinas participantes voltaram a ser as tradicionais, o mesmo não aconteceu com a data da disputa, que desta vez começou às 14 horas do dia 31 de outubro, quebrando a rotina de ser realizada sempre no dia da Proclamação da Independência do Brasil.
Dentre os carros que foram usados para escrever a história daquela corrida toda ela realizada sob chuva, o destaque ficava por conta da participação do "Gávea", um modelo de Fórmula 3 que Toni Bianco havia produzido por encomenda da Willys, que colocou o carro nas mãos de Wilson Fittipaldi Júnior.
Com um Maseratti 300S, Ubaldo Lolli assumiu a liderança na largada, seguido por Wilsinho em seu Willys Gávea, e por Luís Pereira Bueno, que competiu com um modelo Alpine A110 empurrado por um propulsor de 1.300cc.
No complemento da volta inicial, Lolli mantinha a liderança, seguido de Bueno, Wilsinho e Jayme Silva, que já surgia no quarto lugar apesar de ter largado do final do grid por não ter participado dos treinos.
Na quarta volta, Jayme Silva assumiu a ponta, escoltado por Lolli, Bueno, Bird Clemente com um Alpine, Wilsinho, Ciro Caires com um Abarth com motor Tufão, Scuracchio, com um Malzoni, Chico Lameirão, com um Interlagos, Anísio Campos, também com Malzoni e Roberto Galucci, com um Maserati Corvette.
Caires e Clemente foram os responsáveis por belas atuações no início da corrida, mas mais tarde entrariam para uma lista de baixas da qual Bird Clemente passaria a fazer parte no sexto giro, quando teve o diferencial do seu Alpine quebrado.
Com Jayme firme na ponta, seguido de Wilsinho e Galucci, as coisas pareciam definidas no momento em que haviam apenas mais 30 minutos de prova a serem cumpridos, quando Roberto Galucci parou para o reabastecimento, e seu carro demorou mais de 7 minutos para ter o motor colocado em funcionamento depois de "apagar", o que jogou por terra as chances do bicampeão da prova.
Daí para a frente, a emoção ficou por conta de Jayme Silva andando sem limpador de pára-brisa, que havia quebrado, fazendo com que sua visão quase nula da pista permitisse a Wilsinho Fittipaldi recuperar uma das duas voltas que tinha de desvantagem.
Confira abaixo o resultado da corrida.
1) Jayme Silva (SP, Abarth Simca 2000), 154 voltas em 3h28m05s6 (média de 144,310 km/h)
2) Wilson Fittipaldi Jr. (SP, Willys Gávea F3 - 1300), 154 voltas
3) Luís Pereira Bueno (SP, Alpine A110 Renault - 1300), 149 voltas
4) Emerson Fittipaldi (SP, Willys Interlagos 1000), 140 voltas
5) Valdemir Costa (SP, Willys Interlagos 1000), 133 voltas
6) Roberto Galucci (SP, Maserati Corvette 4500), 130 voltas
Melhor Volta: Ubaldo Lolli (Maserati 3000)
Largada: 16 carros |