A 19ª edição da "500 Kilometros de Interlagos", disputada no dia 27 de agosto de 2000, contou com a participação do protótipo Tango, carro produzido em São Paulo pelo engenheiro argentino Juan Ibañez que Flávio Andrade e Ruyter Pacheco levaram para o traçado paulistano, aceitando o convite dos promotores para participar da disputa.
Além dele, a prova contaria com os velhos Porsche 911 de José Venezian/Roberto Samed, e de Mário Bove/Cláudio Ferreira/Carlos Cantarelli, um BMW M3 que marcaria a volta de Alfredo Guaraná Menezes às pistas, tendo como companheiros André Lara Rezende e Eduardo Homem de Melo.
Dentre as atrações estavam também o protótipo AS Vectra de Ângelo Serafim e Baltazar Júnior e o já tradicional batalhão de Aldee, sendo quatro Spyder - com das duplas Ricardo Daim/Paulo Yamamoto, Peter Januário/Jair Bana, Márcio Sciola/Fernando Parra e Amauri Pires/Daniel Gianfratti -, e seis dos modelos mais antigos, com carrocerias fechadas, dentre os quais se destacava o carro vencedor da prova de 1999, da dupla José Ney Fonseca e Antônio Chambel Filho.
Desde os treinos livres, o Tango sempre andou na frente, o mesmo acontecendo na classificatória, onde assegurou a pole position com a marca de 1min41s711, contra 1min42s750 do Porsche de Venezian/Samed.
A largada prevista para as 13h40, acabou sofrendo atraso, acontecendo apenas às 14h10, fato que acabaria por influenciar a parte final da corrida.
Quando o Diretor de Prova Ernesto Costa e Silva autorizou a largada - após duas voltas de apresentação -, o protótipo Andrade/Pacheco manteve a dianteira, seguido do Porsche de Samed/Venezian.
Na 4ª volta o Safety Car foi acionado para que os carros de Frederico Fungaro e de Sérgio Burger pudessem ser retirados da caixa de brita lateral à Curva do Laranjinha, uma neutralização das disputas que se estendeu até a 9ª passagem.
Os então pilotos da Fórmula Chevrolet Ângelo Serafim e Baltazar Júnior viaram sua participação na corrida terminar no 37º giro, quando o motor quebrou. Na 56ª passagem foi a vez de Ferreira/Bove/Cantarelli deixarem a disputa com problemas no carro.
Na 61ª passagem, o Tango/BMW seguia na frente, com folga bastante grande em relação ao Porsche de Samed/Venezian, que teria a homocinética quebrada uma volta mais tarde, deixando a dupla de fora da competição.
Depois de um rápido acúmulo de nuvens sobre o circuito, algo semelhante a um dilúvio começou a despencar sobre Interlagos, e como as condições de aderência já estavam longe das ideais, fazendo com que diversas rodadas acontecessem pela pista, o Safety Car foi mandado para o traçado, ficando frente ao pelotão.
O aguaceiro fez com que a tarde rapidamente se transformasse em noite, e como as condições de visibilidade já eram praticamente nulas, especialmente se levado em conta o fato de que poucos carros contavam com faróis, a Direção de Prova decidiu encerrar a disputa após o complemento de 91 voltas.
Assim, a 500 Quilômetros que teve na verdade 392,119 percorridos pelos concorrentes, foi vencida por Flávio Andrade/Ruyter Pacheco, com o Tango BMW cruzando a linha de chegada uma volta adiante de outro protótipo, este o Aldee Spyder de Ricardo Daim/Paulo Yamamoto.
Os vencedores do ano anterior, Fonseca/Chambel, concluíram a corrida no oitavo lugar.
Mais sobre a disputa você pode conferir no Especial levado ao ar na ocasião , onde inclusive há uma seqüência de fotos que mostra perfeitamente o quanto o aguaceiro trouxe de escuridão.
Confira os seis primeiros.
1) Flávio Andrade/Ruyter Pacheco (RJ/DF, Tango/BMW 2000), 91 voltas em 3h03min59s75 (média de 127,868 km/h)
2) Ricardo Daim/Paulo Yamamoto (RJ/SP, Aldee Spyder VW 2000), 90 voltas
3) Carlos Teixeira/Luiz Coselli/Renato Marlia (SP/SP/SP, Aldee Cupê VW 2000), 90 voltas
4) Luiz Amorim/Fábio Murari (SP/SP, Aldee Cupê VW 2000), 90 voltas
5) Sérgio Bürger/Ricardo Bürger (RJ/RJ, Ford Escort 1800), 88 voltas
6) Peter Januário/Jair Bana (PR/PR, Aldee Spyder VW 2000), 88 voltas
Melhor Volta: José Venezian (Porsche 911 GT2), 1min43s121 (média de 150,429 km/h)
Largada: 30 carros |